quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Um velhinho danado

O vice-presidente José Alencar é um sujeito valente. No domingo passado, passou por uma cirurgia que durou quase 18 horas. O procedimento foi considerado "radical" pelos próprios médicos que o realizaram. Do abdômen do vice-presidente, os médicos retiraram um tumor de 12 centímetros, um pedaço do intestino delgado e outro do intestino grosso. Também retiraram dois terços do canal que leva a urina do rim para a bexiga. O vice-presidente continua internado na UTI mas já respira sem ajuda de aparelhos
Zé Alencar tem 77 anos e luta há mais de dez contra o câncer. Já enfrentou oito cirurgias. E o que impressiona, ao longo de todos esses anos, é a determinação com que Zé Alencar enfrenta a doença devastadora. Em momento algum, publicamente, demonstrou fraqueza ou revolta. Numa das diversas vezes em que foi questionado por jornalistas sobre a doença, saiu-se com a seguinte resposta: "Assim como vocês, eu não sei o que é a morte. Então não tenho medo dela. Eu tenho medo é da desonra."
Mineiro, Zé Alencar sempre foi um político mediano. Empresário bem sucedido, construiu um império da indústria têxtil. O perfil de empreendedor que deu certo, mais o bom trânsito com o empresariado, o cacifaram para a vaga de vice-presidente na chapa de Lula. No cargo, suas críticas frequentes à taxa de juros viraram até motivo de chacota. Mas o calvário público remodelou a história de Alencar. Transformou o político folclórico num homem admirado e respeitado. Virou sinônimo de coragem e fé. Vida longa ao Zé.

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