quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Brasília, Niemeyer e a praça da polêmica






Oscar Niemeyer é um gênio. O poeta das curvas sensuais, como ele mesmo se descreveu. A arquitetura e Brasília devem muito a ele. Não há dúvida. Niemeyer imaginou prédios monumentais que são agradáveis de se ver - e péssimos para neles se viver. Isso não tira a importância e a relevância do grande arquiteto. Os atributos únicos de Niemeyer, no entanto, não podem ser usados para impor a Brasília mais uma de suas obras espetaculares.
O velho mestre quer espetar ali no início da Esplanada dos Ministérios um obelisco de concreto e metal com 100 metros de altura. Terá, como de costume, um oceano de cimento à sua volta. A promessa acendeu um debate vigoroso na capital - e a população, dizem as enquetes eletrônicas, é terminantemente contra a idéia.
Os defensores do novo monumento - chamado de Praça da Soberania - dizem que a cidade precisa de um espaço de convivência. E que Niemeyer tem o direito de concluir sua obra máxima. As autoridades ligadas ao patrimônio argumentam que o projeto fere o tombamento de Brasília.
Niemeyer merece respeito. Mas precisa aprender a respeitar a opinião das milhares de pessoas que vivem na cidade que ajudou a construir. Brasília não precisa de mais um oceano de concreto.

Um comentário:

Túlio disse...

Este é mais um caso exemplar da criatura (no caso Brasília) que se volta contra o criador (niemeyer).