sábado, 31 de janeiro de 2009

Porque não se deve comprar carro usado de político


A eleição do Congresso nesta segunda-feira promete emoções fortes e uma lição definitiva. Estão em jogo as cadeiras de presidente da Câmara dos Deputados e a de presidente do Senado. São cargos poderosos, que controlam empregos, verbas e interesses. Muitos interesses.
A eleição ganhou ingredientes novos no final da semana depois que o PSDB, num vôo inusitado e inesperado, pousou no ninho do petista Tião Viana, do PT do Acre. A aterrisagem tucana deu uma turbinada na candidatura de Viana - e assustou o experiente José Sarney, do PMDB do Amapá, que já tinha mandado passar o terno da posse. Sarney segue favorito no páreo, mas anda preocupado. Muito preocupado. O desfecho da eleição no Senado terá influência direta na eleição da Câmara, que também está marcada para a manhã de segunda. Estão aí as emoções fortes.
A lição definitiva é que, realmente, não é seguro comprar um carro usado de um político. Explica-se: os dois senadores candidatos estão repetindo há dias que vão sagrar-se vitoriosos. Precisam de, no mínimo, 41 votos de um total de 81 senadores. E tanto José Sarney quanto Tião Viana afirmam que tem os votos necessários para a vitória. Pelas contas de ambos, há pelo menos vinte senadores que votam tanto em Sarney quando em Viana. Ambos também apostam na traição dos colegas como garantia da vitória. Por este raciocínio, vencerá aquele que menos tiver sido traído. Ou que tiver arregimentado mais traidores para sua causa. Isso tudo posto, conclui-se que: a) não é fácil acreditar em promessa de político. b) não é aconselhável comprar carro usado de político.

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